Pesquisa revela que 78% do lixo plástico que polui praias cearenses é proveniente da África

Os pesquisadores do projeto Detetive do Plástico, liderado pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar/UFC), apontaram que 78,5% do plástico encontrado nessas praias é de origem africana, com destaque para produtos da RDC.

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DW Brasil

10/21/20241 min ler

Estudo da Universidade Federal do Ceará (UFC) revelou que lixo plástico proveniente de países africanos está poluindo praias brasileiras, especialmente no Nordeste. A pesquisa identificou tampas de refrigerantes e garrafas de água mineral, como Festa Cola e Swissta, produtos comercializados na República Democrática do Congo (RDC), nas praias de Jericoacoara, Porto das Dunas e Praia do Futuro, no Ceará. Esses resíduos percorrem longas distâncias através das correntes marítimas, chegando até as costas brasileiras.

Os pesquisadores do projeto Detetive do Plástico, liderado pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar/UFC), apontaram que 78,5% do plástico encontrado nessas praias é de origem africana, com destaque para produtos da RDC. Além disso, resíduos provenientes de outros países africanos, como Angola e Costa do Marfim, também foram identificados. O estudo revela que três marcas principais — Festa, Zest e Swissta — são responsáveis por cerca de 58% dos plásticos encontrados.

A investigação utilizou uma abordagem inovadora para rastrear a origem dos resíduos, combinando auditoria de marca e simulações de correntes oceânicas. Segundo o professor Tommaso Giarrizzo, líder do projeto, a poluição marinha é um problema global, e o Brasil também tem sua parcela de responsabilidade, sendo o maior produtor de plástico da América Latina.

O estudo ressalta que, apesar de iniciativas locais de reciclagem, a maioria dos plásticos encontrados nas praias africanas e brasileiras é mal administrada. Isso reforça a necessidade de políticas globais para combater o problema do lixo nos oceanos.

Foto: Reprodução/Tommaso Giarrizzo/Detetive do Plástico